Antes que o mundo acabe,
Antes que o atroz se esvaia
Deita-te e prova esse milagre do gosto
Que se fez na minha terna boca;
Enquanto o mundo grita belicoso a esmo.
E ao meu lado, nos cobrimos de beijos e de flores,
Venha traduzir os meus segredos sussurrados ao teu ouvido,
As mãos inertes, sentem o prazer aflorando o leito
E o meu peito enfatiza a tua relva matinal.
Quero, um dia neste mundo, poder te mostrar o meu
E eu me desfaleço em teus oásis de prazer
Em meu corpo tem pingos de chuvas para tu secar
Ou saciar teus lábios sedentos à devaneios
Antes que o mundo se acabe,
Antes que em ti eu me perca
Me deixa a mercê, conectado a um lápis
Para poder desenhar no seu quadril
Meus lábios seguindo viagem num trilho
Até chegar em seus lindos encalços
E te deter nos meus braços ardentes;
Antes que o mundo se acabe,
Antes que eu me retraia por ti
Me faço e refaço aos delírios que açoitam a minha pele
O suor que se esvai diretamente aos lençóis brancos
A marca das mãos abertamente no travesseiro;
Venha, oh minha doce e amada,
Antes que o mundo se acabe,
Quero me limitar os meus desejos em teus anseios
Me afogar em teus seios de amor
E me desfrutar do puro sumo do néctar
Saciar o libido com a embriaguez sedenta
Eu trocaria a eternidade por esse momento
Eu te entregaria todos os beijos que ainda não te dei
Antes que minhas forças cessem,
Antes que o mundo se acabe,
Antes que o amor se acabe,
Antes que acabe em nós,
Os nossos desejos,
as nossas vontades.