O sol rebate
sem rumo
o entardecer de dois dias
e prepara a chegada da noite
acalentando o solo sem nome.
Me rosco na pávida tarde,
sem medidas e sem proveitos.
Ela simplesmente me avisa
que alguma coisa etá morrendo
para outra nascer.
Pensamento crucial
que me leva à beira dos
sem nada: afinal
alguma coisa teria que
desaparecer
para o alvorecer de outra.
Oboé infantil !
Poucas medidas!
Não sou homem de
meditação profunda,
nem me aventuro no profano.
Mas me roço de lembranças
- e tenho poucas - porque
não sou filho de nenhuma guerra,
ou primo-irmão de algum Zeus olímpíco.
Não tenho formosuras,
Não sou homem de procuras!
Mas, lá no fundo, eu sabia
o que havia acontecido
de tão medro e constante.
Nossa separação seguiu o
ritmo do tempo, dos dias
e das noites:
foi simples: alguém tinha
que esmaecer e lograr o escuro,
para que a luz surgisse
em sua vida.
Morte assim
pareçe nova vida!
Mas para que sua vida
se trocasse em milagres,
tive eu, como a noite,
desaparecer diante do fragor do sol.
- Autor: Jose Kappel ( Offline)
- Publicado: 14 de fevereiro de 2024 03:19
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 7
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