Jose Kappel

Tropas e Amoras

 

O sol rebate
sem rumo
o entardecer de dois dias
e prepara a chegada da noite
acalentando o solo sem nome.

Me rosco na pávida tarde,
sem medidas e sem proveitos.
Ela simplesmente me avisa
que alguma coisa etá morrendo
para outra nascer.

Pensamento crucial
que me leva à beira dos
sem nada: afinal
alguma coisa teria que
desaparecer
para o alvorecer de outra.

Oboé infantil !

Poucas medidas!


Não sou homem de
meditação profunda,
nem me aventuro no profano.

Mas me roço de lembranças
- e tenho poucas - porque
não sou filho de nenhuma guerra,
ou primo-irmão de algum Zeus olímpíco.

Não tenho formosuras,
Não sou homem de procuras!

Mas, lá no fundo, eu sabia
o que havia acontecido
de tão medro e constante.

Nossa separação seguiu o
ritmo do tempo, dos dias
e das noites:
foi simples: alguém tinha
que esmaecer e lograr o escuro,
para que a luz surgisse
em sua vida.

Morte assim
pareçe nova vida!

Mas para que sua vida
se trocasse em milagres,
tive eu, como a noite,
desaparecer diante do fragor do sol.

  • Autor: Jose Kappel (Offline Offline)
  • Publicado: 14 de Fevereiro de 2024 03:19
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 7


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