A vida não sabe do tempo

Antonio Olivio

A vida não sabe do tempo

e não conhece a si mesma,

pelo nome que demos e é certo

que não está limitada a um significado

 

A vida parece linear 

mas vista de dentro,

ela é a louca confusão 

das infinitas inquietações 

 

Jamais volta ao mesmo ponto

ela está sempre a frente

como um dominó em queda

que vai derrubando as peças infinitamente 

 

Ela pode até fazer a curva 

dos pensamentos humanos 

Mas o que pensamos e o que vemos,

é apenas o que pensamos e vemos

 

Eu vejo a minha  antiga ideia 

que agora já foi reciclada

o homem em mim já não existe

ele apenas pensa o que é 

 

Nos rostos fustigados

não há envelhecimento

o que há, é o cansaço 

a dor do caminhar infinito

 

A vida nos empurra de ciclo em ciclo

Um que se encaixa no outro

não há morte que a mate

o que há, é a ignorância das coisas não vividas

 

Não saber é confortável 

Mas apenas significa 

que ainda nao temos os olhos necessários,

para ver além do mundo físico 

 

Cada célula em nós 

entende o seu destino

elas são os seres dentro dos seres

em seu infindável caminho

 

A estrela que somos

ainda está se explodindo

para produzir o movimento

da nossa etérea transformação 

 

A realidade é a nossa ilusão 

é a nossa experiência do sentir

viver é ser uma fina luz 

Atravessando a eterna escuridão 

 

Fomos nós quem inventamos o tempo

para nos proteger da eternidade 

e vivermos acorrentados 

dentro dos nossos medos

 

O amor é a nossa mais nobre intuição 

é que nos conecta com o tudo

o tudo que sempre houve,o tudo que temos em nós

o tudo que há e o tudo que somos... 

 

 

Antonio Olivio 

o tudo que somos

 

 

 

 

 

 

 

 

  • Autor: Antonio Olivio (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 10 de fevereiro de 2024 00:52
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 10
  • Usuários favoritos deste poema: Mariany A.N Dutra
Comentários +

Comentários3

  • Mariany A.N Dutra

    Uma baita reflexão! Parabéns poeta!

  • Maria dorta

    Belo poema, rico em metáforas e sonoridade.Aplausos de pé,,!

  • Helena Rodrigues

    Brilhante poema meu caríssimo Poeta...!
    Faz nos refletir
    "Fomos nós quem inventamos o tempo

    para nos proteger da eternidade

    e vivermos acorrentados

    dentro dos nossos medos"

    Magnífico, Parabéns Aplaudo de pé

    Grande Abraço




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