O MAR DA MINHA INFÂNCIA
Eu fazia dele meu mar
E até por todos os seus portos eu passei
E num barco de papel em seu convés naveguei.
Para mim
Não era um mar tão grande
Mas era grande mar
Sua areia era feita de barro
E sua brisa tinha cheiro de esterco
E gado pastava em sua orla
Para mim era um mar sem fim
E tinha não tinha fim aquele mar
Tinha moça
Que navegava em barco de pneu
E esse mar era um mar só meu
Até golfinhos! esse mar tinha
De vez em quando eu vi um em forma de porquinhos.
Aí esse mar ficou pequeno
Tão pequeno ficou esse mar
Que nem dar mais pra sonhar
Mas ainda trago no olhar
A beleza que foi pra mim esse mar!
Agora, entre a agonia e a ânsia
Vejo quase morto o mar da minha infância!
- Autor: Carlos (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 6 de fevereiro de 2024 05:58
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 3
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.