Solidão de Petra

Jose Kappel

 

 

Vim do próximo
e acabei distante.


Uma hora um,
outro, a vez do próximo:
tudo numa reza só.

Nesta festa de amorfa,
sou roupa de passar,
estou sempre voltando
pro mesmo lugar.

Largo tempo
de meu tempo,
de
minhas coisas
sem nomes.

Largo tempo,
e não perdoo,
todo se foi
vestido de garoto
de festa comum.

Largo tempo,
que já não tem sobras,
e delas não cobro;
e se você olhar
pros lados
vai ver que minha
história tem sua estafa.

Estamos sempre perdendo
pro tempo,
este, augusto, aproveita
pra levar todos, de um pouco
de nós, que estão socobrando
e fanando.

Somos roupas de passar,
brevidade das horas,
suave amanhecer desconhecido,
onde cotovias anunciam
uma nova vida
que morreu.

E meu
medo já é conhecido e ardente.

E, dizem, lá onde moram:
o sol tem receio de estrelas
muito puras e candentes.

No enviezado da vida, fui morar em Petra.

Consegui entrar, mas não consigo sair.

Minha vida passou a ser variante,

não mais consigo  nem partir,

 e nos braços dela, deixei de ser avante !

 

 

 

  • Autor: Jose Kappel (Offline Offline)
  • Publicado: 31 de janeiro de 2024 03:10
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 4


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