O Acaso

Marçal de Oliveira Huoya

“Sentiu-se triste como uma casa sem móveis” (Gustave Flaubert-Mme Bovary)
 
Um sonho de arribação
Como muitos versos este foi condenado
A ser esquecido em uma anotação
Costumava ser assim
Um paradoxo como são as mulheres
Ora era uma desconhecida
Ora se pensava conhecer
Sua pele se fazia impermeável
Seu gosto era insípido
Embora sentisse sabor
No que era deleite
Porque tudo lhe tinha
A importância do acaso
Folhas que passavam na correnteza
Ao alcance da mão
Só possuíam graça ou beleza
Se merecessem o esforço da inclinação
Mas ela queria
O porque, qual a razão
Um paradoxo como são as mulheres
Mesa posta para tantos talheres
Tudo arrumado
Somente para exposição
Sentou-se pelo convite
Por apetite ou por obrigação...
  • Autor: Vênus (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 27 de janeiro de 2024 19:27
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 3


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.