Certas cicatrizes jamais desaparecem; algumas podem até se tornar menos evidentes na superfície, mas persistem na alma e em nossa mente, uma presença inextinguível. Às vezes, podemos encontrar alívio temporário, experimentando um breve esquecimento, mas em outros momentos, essas feridas ressurgem como um tsunami, devastando tudo em nosso interior e nos forçando a reviver os momentos que nos destruíram.
É uma dor avassaladora, especialmente quando reconhecemos que tínhamos a oportunidade de evitar o impacto, de antever a iminente onda e fugir para longe antes que nos alcançasse. Contudo, ao invés disso, permanecemos no lugar, suportando o impacto completo. Culpo-me por cada dor e cicatriz que carrego, pois sei que escolhi viver essas experiências, optei por não correr, apenas fiquei e enfrentei. Hoje, mesmo após anos, ainda sinto a persistência dessa cicatriz, um incômodo constante.
Essa angústia corroeu-me ao longo dos anos, deixando-me perplexo sobre como poderia dissipar essas imagens dolorosas que continuam a me ferir e perturbar minha mente.