Melancolia...

Uma Dor que não tem Nome.



Ah, como é triste a dor da partida.

Saber que nunca mais terei você de volta.

Até o meu percurso de vida mudou depois de tudo isso.

Meus dias são só lamentos e tristezas.

Meu mundo singular e incolor, dolorido.

Meu coração já não se alegra mais.

Meu ser se entorpeceu com o oxigênio sujo.

A alegria já não existe mais em meu rosto.

A dor percorre lentamente dentro do meu peito.

Como se fosse um líquido fatal que passeia dentro de mim.

Até chegar no ponto onde não poderei mais respirar.

A minha vida não tem mais sonhos.

O amor se desfez diante deste mundo ruim.

Semblante de derrota está a me incomodar.

Sequidão em meus olhos repentinamente.

O nascer do sol me traz frio profundo.

E na penumbra da dor, me vejo exalar suor.

Bem queria que não tivesse ido tão cedo.

Até parece que tudo estava tão preparado.

Que com o passar dos dias corridos.

As esferas de um cotidiano cego.

Não observei o que estava ocorrendo durante o dia.

E tendo isso acontecido, estava com uma viseira em meus olhos.

Me deixando assim, morto por dentro e cego por fora.

Deixando escapar as melhores possibilidades de estar contigo.

Nem que fosse só por mais um minuto.

Mais um abraço, um sorriso, um pedido.

Ah, e aquele “Deus te abençoe, meu filho”; que nunca irei escutar.

Lembro dos últimos momentos juntos, eu e você.

Aproveitamos a maioria do tempo.

Mais não nos aproveitamos neste pouco tempo.

Todas as palavras ditas foram absorvidas.

E as não ditas, foram massacradas em meu peito.

Enjauladas drasticamente em minha memória.

Os risos mais sinceros e felizes foram contemplados.

Aquele olhar mais sereno e direcionados a mim foram recebidos.

Aquele abraço meio sem força foi acariciado por mim.

Aquele seu beijo de até logo foi adentrado em meu coração.

E um desejo de até amanhã foram indispensáveis naquele momento.

E aquela bênção que eu nunca mais vou ter.

Seguirei calado, morto por dentro, no meu próprio lamento.

E guardarei tudo aquilo que foi dito e os que faltaram palavras.

Chorarei no meu cantinho, bem quietinho para ninguém ver.

Morrerei aos pouquinhos, com uma falta enorme de você.

E agora sou um ser sem base e nem estrutura fixa.

Rocha fissurada e com remendo profundo dentro de mim.

Á toa, ao léu, à deriva, sem momentos e sem vida.

Queria poder dizer tudo o que me foi calado.

Mesmo sem saber que o dia de amanhã seria atropelado pelo destino.

Tempo este que, com toda a força, tirou o que eu tinha de mais precioso.

Aquela em que me mostrou o que é viver, amar, crescer e doar.

Me ensinou a dar os primeiros passos e a primeira palavra foi “mãe”.

Agora chora minh’alma, clama por uma palavra tua.

Que me traga conforto neste mundo sombrio e estranho.

Algo impossível de acontecer, apenas sonhos lindos entre eu e você.

Ou então, me leve para onde estais descansando.

Aqui sofrerei sem as tuas orientações e teus cuidados.

Sou nada e sem ninguém para me acompanhar nas estradas da vida.

Estarei aqui até meu último suspiro de existência.

E aguardarei ancioso a hora de partida e de encontro contigo.

Me recolherei dentro de mim mesmo, para não me assustar.

Selarei a minha dor, para não se espalhar.

Também guardarei todas as coisas que me determinastes.

Contemplarei toda aquela ternura e carinho diante as nuvens do céu.

E tu me velarás de onde estiveres, embaixo das asas dos anjos.

Partistes prematuramente no lindo alvorecer.

Pena e com muita tristeza eu nunca mais verei você.

Morte, quando é que tu vais me reter?

Saibas que me lugar não é mais por aqui.

Já cansei de ser um nada diante disso tudo que vivi aqui.

Quero ir logo e com pressa, para meu encontro com você.

E não quero nem mais espera o dia amanhecer.

Já me sinto pronto, pode recolher.

É o meu fim, disso você pode crer.

Mãe é só uma, e a minha nunca mais vou ter.

  • Autor: Melancolia... (Offline Offline)
  • Publicado: 18 de Janeiro de 2024 16:29
  • Comentário do autor sobre o poema: É tão estranho. os bons morrem antes........Imagens Net.
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 18
  • Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Mariany A.N Dutra.


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