Meu novo amigo, é amarelo.
Amarelo, como o sol.
Como setembro,
O tal setembro amarelo.
Amarelo, como os girassóis
Que Van Gogh pintava, enquanto era chamado de louco.
Amarelo, como o miolo da margarida
Que enfeita o cabelo das moças bonitas.
Amarelo, como a vida.
A vida que eu imaginei acabar
Numa faca vermelha,
Como o sangue que fugiria pelo corte.
Amarelo verão, que eu aproveito
Num sorvete, um beijo ou um passeio.
Amarelo como um sorriso, dócil e natural.
Vocês só lembram de nós em setembro,
O único mês que não somos chamados de frescos ou manhosos.
O único mês que somos realmente levados a sério,
Que ouvimos que nossa vida importa.
O meu novo amigo, me lembra disso diariamente.
Meu novo amigo, é amarelo
E amarelo é o comprimido
Que tomo todos os dias
Pra me lembrar que a vida é bela
E que eu consigo seguir em frente.
- Autor: Venus (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 8 de janeiro de 2024 19:13
- Comentário do autor sobre o poema: Apenas um texto sobre antidepressivos e pessoas com depressão. Acho um pouco "engraçado" que a sociedade só se importa em setembro, no resto do ano, somos só "desanimados", "complicados", "chatos", "frescos", "dramáticos", isso quando não fazem piadinhas com suicídio e automutilação. Espero que entendam que não é uma crítica ao movimento setembro amarelo, mas uma crítica a pessoas que só se importam em setembro.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 9
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