Eu vim, eu fui. Eu fiz o que fiz.
Mas que foi feito , ao presente retorna.
O passado nunca passa nem se for passado a limpo
E os grilhões das consequências continuam
a tilintar eternamente pesados
em tornozelos já cansados de tanto os carregar.
Arrastar lenta e vagarosamente problemas outrora plantados
Regados e fertilizados, cuidados com todo cuidado
a exaustão pelo cultivador de lembranças distantes.
A mente não esquece. A vida não permite. Tudo sempre faz lembrar
dos tropeços cotidianos, das vergonhas alheias, das gafes impetradas
O sofrer de agora, a alegria do presente, o amargor do hoje
nada além de reflexos de quem, um dia, fomos ou do que fizemos
Nada se vai sem fatidicamente cobrar seu preço
E o pagar, com pesar ou não, fica intrínseco nas linhas
Direta e reta como uma seta certeira num alvo incerto
Onde o erro ou acerto não passam de outra semente deitada ao léu.
E essa cobrará seu preço, na hora certa, sem pressa
Pois como a terra e os astros, a vida não para de girar.
E em um futuro cheio de esperanças, quando chegar
será nada mais que o presente cobrando consequências do passado
Passado esse que quando presente, Foi chorado, rido, lastimado
em com isso, todo um novo futuro plantado.
- Autor: Sanitário Masculino (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 5 de janeiro de 2024 10:13
- Comentário do autor sobre o poema: A, o tempo! Senhor de tudo e de todos.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 3
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