Daniel Lipski

É, sentiremos falta!!!

Quando chegar a última noite, vamos nos lembrar do Sol
Do calor, da luz, da vida que já foi
a vã alegria encalacrada nos sorrisos amarelos
De gente que só tem sem nem pensar que o amanhã não vem

Quado cair a última arvore, nos lembraremos da sombra
Do piar, do gralhar, do farfalhar das folhas
Então, sem sentido e sem sombra pra sentar
Só o sopro certeiro e soturno a assombrar

Quando evaporar a ultima gota de mar, vamos lembrar das ondas
do frescor, da espuma das bençãos de Iemanjá
E sendo agora o mar sertão, Trizte o caboclo chora
concretizando assim os medos do sonho de outrora.

Quando o último amante descansar, sentiremos falta do amor
Do carinho, da paixão, do aflorar do desejo
E o inverno da indiferença será cruel mesmo aos agasalhadas
pois o agasalho da compaixão já não mais aquecerá

Quando o último ser vivo restar, ele vai lembrar-se da vida
Do Sol, da árvore, do mar e do amor
Agora sem luz, nem sombra, nem frescor nem ardor
Só o ser sendo até não ser mais.

  • Autor: Sanitário Masculino (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 4 de Janeiro de 2024 08:36
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 9
  • Usuário favorito deste poema: Melancolia....

Comentários1

  • Melancolia...

    Que nunca deixemos o último poeta morrer..Assim não existiria textos ótimos como este.

    Abraços.

    • Daniel Lipski

      Obrigado irmão. Por mais apocalíptico que pareça, é um dos meus poemas preferidos. E um dos meus medos mais reais.

      • Melancolia...

        Curti muito seus post....Continua....

        Aplausos.,



      Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.