*Sobre Pais e Filhos*

SM Lino

*Sobre Pais e Filhos*

 

O único refúgio é na caverna hibernado, onde sossegado posso sangrar;

 

Pouca luz, medos, sede e fome;

 

Fome de que?

 

Não se sabe. Parece ser um lugar perfeito ante morte;

 

Feridas nos pés, tantos tropeços nas tentativas de saltar e cair, para pendurar-se nas cordas da salvação que nunca viera;

 

Melhor parar!

 

Sentado embaixo da impercepção, o Urro: “apressa-te a me tomar oh! loucura...”                          
E os olhos se precipitaram, jorrando de dentro o inexprimível, o clamor pela Égide.

Algumas luzes emprestadas trazem conforto, me tocam, me abraçam, sou grato;


Contudo, é custoso levantar! E as horas ou eras passam, com massa tal que me atraem para seu núcleo, me põe ao chão;


As costas estão curvas, a mente trai a mim e repete: “não dá mais”. Como ousa me pôr a servir-te?


De todos que sofrem, gemem e entram na caverna, sou o que mais sofro? Você não vê?

Eu vejo você!


Neste, Nesse e naquele te visito com meu imo, folego e tudo que tenho;


Busco na minha falha e ávida sagacidade, chegar ao lugar onde estás;


As falsas bagagens que julgo me definir Pai, adulto ou um evoluído, jogo aos chão e lembro da minha trilha, caverna e da escuridão que me trouxe aqui,  nesta posição menor sinto o cheiro do sangue que sangrei;

Assim me faz perto!

  
Não é simples, parece ser dois mais dois, mas é Equação Diferencial (aquele monstro);

 Névoa gelada, nosso duplo divã: Vamos começar pela primeira linha?


Meu abraço, aquele que eu quis:


Com minha visita pela tarde, ah! Como eu a quis;


Com um pouco de unguento nos pés e uma bela sopa para tirar o frio. Ninguem me trouxe...


Não!

Não precisa ser hoje!

Amanhã? Talvez

Vamos para a segunda linha no momento único e exato;

 

Sinto a sua dor, seu cansaço;


Depois de amanhã?

 

Se precisar ficamos na primeira linha;


Vamos fazer valer esse momento, te ouvir e estar contigo, no lugar onde ninguém vai, ver suas tralhas, dores e angustias e delas chorar, não me sobrepujar;


Eu te vejo!

 

Mas é hora de tirar o sapato, dividir a pouca agua e tomar sopa na mesma cumbuca.


A ansiedade de chegar a última linha, é crível, Resolver a Equação...

Mesmo que leve várias páginas;

 

Mesmo que erremos;

 

Não acertemos as simplificações;


Mesmo que tivemos que pagar várias passagens;


Longo ou mais que isso... Quero estar!

 

Ele bebeu a água, me deu a mão e sorriu.

 

Por Sandro S Lino

 

  • Autor: SM Lino (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de janeiro de 2024 13:32
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 4


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