Sommelier

SM Lino

Sinto a acidez doce, fazendo parte de mim, sei que esse sabor jamais sairá do que julgo ser: "O Cantil das Substancias Marcantes"

 

Uma garrafa com ferrolho codificado, mas se entrou, jamais sairá, e ali estará deitado esperando apenas um toque para despertar;


Antes eu o vi, e o que via era translucido e colorido, como aquele vestido que você usava na nossa primeira vez, era também brilhante como seus lábios depois de ser molhado e mordiscado pelos meus...

 

Era também oculto, como suas coxas, que quase sem querer depositei minhas mãos e senti sua pele fina e arrepiada como de um felino;

 

Mas, pela viscosidade vista contra a luz, com certeza era digno de tocar minha língua apurada, apurada pelo vasto leque de provas que ousaram passar pelos umbrais da minha, ora desejada ora rejeitada boca


Te balancei e puxei fundo a sua essencial para dentro da minha mente, subiu rápido, passando pelo córtex central, e já sem juízo, fechei os olhos e deixei me entorpecer;

 

Enalteceu meus sentidos que dormiam o sono da pureza falsa  e do desalento, ambos agora dançavam juntos, e em passos de valsa e tango quente, se soltavam e se atracavam como um acasalamento de chucros e primitivos seres;

Cheiro vermelho-Sangue, tão vibrante como o sino que ressoa avisando:  "_Veja! Ela Esta Entrando!" e tudo ao redor se levanta e a admira.

 

Mais uma vez levei a taça ate meus lábios, tocando o meu cansado paladar, cansado de procurar e ousando em outras uvas impróprias, não se dava e nem se importava aos sinais, GRITOU:

 

"Me de o Segundo gole!!"

 

Era um grito de suplica, e a musica continuou em gemidos e sussurros até seu ápice;

Olhou nos meus olhos e afirmou, "_Me de as chaves! Pois vou morar em ti por longos dias..."

 

Por Sandro M S Lino

  • Autor: SM Lino (Offline Offline)
  • Publicado: 29 de dezembro de 2023 12:30
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 5


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.