YES
Vida estranha, sem propósito, me parece. Vontade de não existir mais. Será que existo? Vivo?
Esperar as crianças crescerem, se encaminharem , depois parar.
A responsabilidade da maternidade me cobra continuar vivendo, teimando.
Vida sem conforto, sem ânimo, barulhenta, quente e minguada.
Tudo tão longe, tão difícil, tão dolorido, encardido.
Espaços pequenos e caros. Dinheiro sempre contado, esperado. Vida conformada, formada, estática, parada.
Aqui o progresso parou, linha de chegada... e depois dessa linha? Tô na metade dessa linha - vida. E a outra metade? Como seria? Será.
A Lógica me leva para o desencanto, o Amor - ? - me diz que é ilusão, meu pensamento -fé- me induz ao choro e tristeza..."Esquece por agora"... enquanto a realidade me manda reagir, tomar um calmante e deixar acontecer.
Sons, risadas, cheiros. Cada dia me escondo mais, meu reflexo não me atrai, minha memória trava, minha língua duvida das palavras, minhas ideias já não ouvidas, minhas queixas já não me importam.
Por isso não gosto da Clarice,
A voz dela se mistura com a minha.
Oooh Vander Lee, seu Ponto de Luz será meu copo hoje.
- Autor: L. Borges (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 29 de dezembro de 2023 11:42
- Comentário do autor sobre o poema: Desabafo, Autoconhecimento...
- Categoria: Triste
- Visualizações: 5
Comentários1
Que batalha em ...Mais os melhores lutadores superam todas as expectativas de desistências...
Aplausos e que você sai ileso...(eu acho) dessas lutas.
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.