Jose Kappel

Beira Abismo

 

Assim caminho eu,
sabe lá Zeus como faço.


Mas que teimo, teimo,
casca grossa,
visão curta,
coração de criança,
roupa de coragem,
comprada pela mãe
no armarinho de
duas portas.

De mitologia tem muito:
sempre esquecido,
só procurado pelos visigodos,
na hora em que as
portas se fecham
e vou eu lá abri-las,
como se abrem os espíritos
abatidos e magoados.

Homem de três vezes,
nenhuma mulher,
visgo, passageiro, trivial,
carona do sentimento
do próximo,
ávido comezinho de
desgraças particulares.

Assim, como um revoar
de pássaros albergues,
peço ao próximo
que se aproxima
de lancetes à mão
que pra ser ferido estou
pronto.


Mas pra ser amado
já sou um monte de
ferro-velho
encalhado no
centro do mundo !

No final, estou na dança do beira abismo

sem nada pra dar.

muito menos para receber.

Ela foi com lirismo eu fiquei sem ser.

  • Autor: Jose Kappel (Offline Offline)
  • Publicado: 19 de Dezembro de 2023 03:14
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 5


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