Num mundo que me construo,
sinto-me pleno, não me diluo.
A rotina é uma dança, não me engole,
cada passo, uma história que se desenrola.

Compõe-me, não me sinto oposto,
em cada desafio, vejo o meu rosto.
Recebo doses de alegria e calma,
um presente do universo, uma doce palma.

As partes de mim se encaixam como peças,
escorregando suavemente por belas linhas retas.
A janela aberta revela um cenário sereno,
pintando o céu com tons de azul, sem veneno.

Paz não tem preço, é um tesouro interior,
um tesouro que cresce a cada novo labor.
E eu, recebo o carinho do dia que se despede,
no crepúsculo, a noite chega suave e concede.

Nesse mundo que eu mesmo tracei,
a cada escolha, uma jornada que abracei.
Não me sinto o oposto, mas parte do todo,
uma sinfonia da vida, um eterno recomeço.