Vim do próximo
e acabei distante.
Hora de um,
roda de outro outro,
e chega a vez do próximo
tudo numa reza só.
Nesta festa de ausência,
sou roupa de passar,
estou sempre voltando
pro mesmo lugar.
Largo tempo
de meu tempo,
de
minhas coisas
sem nomes.
Largo tempo,
e não perdôo,
todo se foi
vestido de garoto
de festa comum.
Largo tempo,
que já não tem sobras,
e delas não cobro;
e se você olhar
pros lados
vai ver que minha
história tem sua estafa.
Estamos sempre perdendo
pro tempo,
este, augusto, aproveita
pra levar todos, de um pouco
de nós, que vivem no brando
mas morrendo.
Somos roupas de passar,
brevidade das horas,
suave amanhecer desconhecido,
onde cotovias anunciam
uma nova vida
que morreu.
E meu
medo já é conhecido e ardente.
E, dizem,lá onde moram:
o sol tem receio de estrelas
muito puras e candentes.
Pois estrelas solitárias
queimam em meu corpo.
- Autor: Jose Kappel ( Offline)
- Publicado: 22 de novembro de 2023 04:27
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 2
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