É madrugada e minha mente explode com pensamentos, ideias e sensações. Sinto uma leve ansiedade quase como uma sensação de que nada exterior a mim é real ou que tudo fosse um sonho. 

Prontamente, argumento para mim que tudo é real, que jamais eu sonharia uma vida cheia de problemas e contradições; pois a certeza da realidade são duas: saber que nada está no seu controle e que você não pode voltar para mudar uma decisão que tomou. A vida não é um jogo, uma tomada de decisão pode te levar ao sucesso ou destruir a sua vida para sempre. 

Então, penso no meu trabalho amanhã, ou melhor, de hoje. Penso como vou exercer , o que vou comer, como vai ser, o quanto o dia será agitado ou se tudo dará certo. Enquanto penso, aquela sensação volta, mas agora com um "que" de que ainda me falta algo, como se tudo fosse mera repetição.  

Cobro a minha namorada, porque temos conversas monótonas; ora quem quer falar do cotidiano a todo momento se  vivê-lo já é difícil? Fico em silêncio diante das conversas desinteressantes e evito por um tempo encontrar pessoas ou eventos sociais. Tudo parece tão estressante; admito, invejo quem ama sair e ficar longe de casa. 

Agora me retiro, vou deitar com as mesmas inquietações, pedindo um sinal divino para que tudo mude, se não tem como mudar o mundo ou os outros, que mude eu... ou eu me aceite como sou. 

Lendo o meu poema, se é que posso chamá-lo de poema, percebo o quanto sou medíocre, pareço um bobo ou uma criança que chora por algo e não sabe o porquê do chorar.