Queria desenhar seu rosto
numa pedra amorfa e estilizada
para quando se for,
não fique só sua sombra,
mas o vivaz de coisa linda,
num afresco de medidas,
onde o amor brade,
e a paixão arde.
Fui de pouco. Cansei ao largo.
Sei que tinge seu rosto de brandura,
sei que nosso amor entrou por uma porta
e saiu por outra.
Mas um dia a tive com largura,
mas você fugiu com os albanos
aqueles que raptam saudades
e deixam lembranças de dor.
Se assim foi. Assim será.
Adeus, linda mulher,
de coração vigoroso.
Tenho três anzóis e um cesto
de peixes, para dar ao mais
saudoso:
aquele que um dia quase
morreu
por você,
por muito querer
e muito desejar!
Hoje o toque de brandura
nos cobre.
Passa tempo...passa tempo,
e só vivo de lembrar,
que um dia fomos
armadura de amor
e hoje, levedura
que amacia o agreste
de nosso todo vazio !
- Autor: Jose Kappel ( Offline)
- Publicado: 10 de novembro de 2023 02:15
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 6
Comentários1
O vazio... é o que resta do amor. Até que outro amor se inicie. Devemos tentar. Aplausos pelo poema!
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