São ramos
tortos
que enfeiam
a flor.
Minhas dores
são feitas de cor
azeda.
Coisa que ninguém
se atreve a provar.
E se provam do amargo,
doce deixo de ser.
E se passo,passo ao largo,
coisa de homem comum,
coroado de espinhos
do invisível.
Onde ninguém vê,
ninguém sabe!
Já fui pra não voltar,
já cheguei pra nunca sair.
Homem valente e amoroso
de duas portas!
Mas a porta bate duas
vezes,
cercada de som opaco;
se vai, sou eu,
se fica, fico sem ninguém,
com desdém e lágrimas.
Se parti,
foi um dia
sem cores.
No passado que não
tem nem mais nome.
Agora, me perdi no tempo,
já fui pro largo
dos desaparecidos
em plena vida !
E se é por pedir,
todo mundo pede:
volta, minha vida,
eu só sinto
dor!
E lá longe, me sinto
fraco e sem sentido,
pois
vivo com entreveros
dos que também
já se foram,
aventados por uma leve
brisa de primavera.
- Autor: Jose Kappel ( Offline)
- Publicado: 5 de novembro de 2023 04:47
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5
Comentários1
O poema é meio surrealista,mas tem qualidade conteudistica . E criatividade!
Alô Maria dorta, obrigado pelas palavras que nos incentiva. Leio também seus trabalhos e senti que sua sua extrema sensibilidade brota todos os dias, com muita profundidade. Você é uma poetisa nata, destas que bebe a água da vida e traduz tudo em densas palavras de sabedoria. Felicidades.
Devagar com o andor kkkk,amigo poeta, não exageremos. É verdade que sou assídua aqui mas,ainda estou me burilando como poetisa. Gratidão pela sua benevolência!
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