Estou Perto, Mas estou Longe

Jose Kappel

 

São ramos
tortos
que enfeiam
a flor.

 
Minhas dores
são feitas de cor
azeda.


Coisa que ninguém
se atreve a provar.

 
E se provam do amargo,
doce deixo de ser.

 
E se passo,passo ao largo,
coisa de homem comum,
coroado de espinhos
do invisível.


Onde ninguém vê,
ninguém sabe!

 
Já fui pra não voltar,
já cheguei pra nunca sair.

Homem valente e amoroso
de duas portas!

 
Mas a porta bate duas
vezes,
cercada de som opaco;
se vai, sou eu,
se fica, fico sem ninguém,
com desdém e lágrimas.

 
Se parti,
foi um dia
sem cores.

No passado que não
tem nem mais nome.
 
Agora, me perdi no tempo,
já fui pro largo
dos desaparecidos
em plena vida !
 
E se é por pedir,
todo mundo pede:
volta, minha vida,
eu só sinto
dor!

E lá longe, me sinto
fraco e sem sentido,
pois
vivo com entreveros
dos que também
já se foram,
aventados por uma leve
brisa de primavera.

  • Autor: Jose Kappel (Offline Offline)
  • Publicado: 5 de novembro de 2023 04:47
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 5
Comentários +

Comentários1

  • Maria dorta

    O poema é meio surrealista,mas tem qualidade conteudistica . E criatividade!

    • Jose Kappel

      Alô Maria dorta, obrigado pelas palavras que nos incentiva. Leio também seus trabalhos e senti que sua sua extrema sensibilidade brota todos os dias, com muita profundidade. Você é uma poetisa nata, destas que bebe a água da vida e traduz tudo em densas palavras de sabedoria. Felicidades.

      • Maria dorta

        Devagar com o andor kkkk,amigo poeta, não exageremos. É verdade que sou assídua aqui mas,ainda estou me burilando como poetisa. Gratidão pela sua benevolência!



      Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.