A PEDRA

Jogava redes no mar
Segue-me! Vem!
Teu ofício não é pescar?
Em outros mares
Lança teu barco
Lança as redes, pescador
E verás os peixes que te dou!
Vem! Segue-me sem medo!
Vou te ensinar o segredo.
Não temes
Eu vou no leme!
Tenho um grande mar para ti!
Tu não queres conhecer
O que está por vir?
Mas quem sou eu?
Sou um rude pescador
Sou conheço o mar
E suas procelas
As barcas e suas velas...
Vem andar comigo
Estarei sempre contigo
E sereis mais que um amigo!
Irei! Mas que queres que eu faça?
Basta seguir-me
E olhar de mim, a taça!
Não provará o que vou beber
Mas o vinho tu vais conhecer!
Homens é o que vais pescar
Não é no mar
Mas navegará
Numa grande barca!
Deixarei o leme contigo
A barca é também abrigo...
E vais apascentar ovelhas pois os peixes ficarão no mar!
E não sereis mais pescador
Vais experimentar a dor!
Vais fracassar
Vais fugir
Vais correr
Com medo de morrer
Mas vai voltar!
Vais mentir
Vais se esconder
Vais fingir
Porém de ti
Não vou desistir!
Vais até me negar
Vais ver-te diante da covardia
Mas sobre a rocha
Que és
Vais ter
Nos teus próprios pés
Não a luz...
Mas vais ter a mão
Que conduz
A barca que ora veleja
E junto com Ela seja
A inefável resposta da cruz!