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Mergulhei-me nos desejos mais profanos, mais ardentes
mais profundos, desconcertado, sedento, inquieto.
Despojei-me de meus medos, dessas emoções insanas,
nessas perturbações imprecisas, circunstanciais.
Reclamei tua ausência, teus olhos grandes e inquisitivos,
nessa profunda tristeza que me invadiu, me impeliu.
Esse espanto silencioso me revela tantas tempestades.
Cheio de inquietações, de espanto, me encontro.
Agora essa noite, nessa casa de minhas recordações.
Esse enveredar por caminhos vacilantes e efêmeros.
Precisava de alívio, de ternura, do teu corpo, desse êxtase.
Precisava aplacar essas fissuras, essas perdas, essa compulsão.
Ah, esse relógio que não para!
Esse tempo ensimesmado que me aprisiona, me condena.
Muitas e muitas noites, entre penumbras e segredos,
delineei o teu perfil, sorvi o teu sorriso, me alimentei...
Náufrago, entre marolas e tua fragrância, sorvo essas lembranças.
Alimento meus descompassos, minhas imprudências, entre sombras,
entre manhãs nevoentas, entre sensações e transbordamentos.
Sou o que sou, nessas penumbras e lembranças tênues!
- Autor: JTNery (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 30 de setembro de 2023 09:59
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 5
Comentários3
Um poema denso, intimista, com agonias expostas e um toque de surrealismo .
bom dia.
Obrigado pela leitura.
Bjs
Gosto demais do teu caminhar poético. Versos carregados de emoções e inteligentes construções criativas.
Abraços ao poeta!
Amigo!
Alaga-me com teus comentários!
Muito obrigado.
Um abraço.
Um poema de fôlego. O poeta sabe brincar com as palavras construindo belos poemas.
Boa noite e até breve!
bom dia.
Obrigado por seus comentários.
Um grande abraço.
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