Tenho ombreiras de ouro,
são devedoras de algum
mestre esquecido
do tempo, que as largou
próximo
as minhas coisas de
bem querer, e passou.
Fui bem de cavalariço,
em almofadas de ouro,
trotando mundo afora,
igual a um rei lavadiço;
no fundo, igual a um espinho,
que sempre não
vai embora.
Fui crer que não
passava de um sonho
e, agora, todos me aprontam!
Fui crer que o tempo
é escorregadio, tenaz,
e chefia a guerra da surpresa.
Ontem eu conquistava
terras,
e pela idade, agora,
a terra me espera.
Tudo um sonho
de pouco assanho!
Um sonho de reis
e rainhas.
E pobres delas,
vivem suas solidões,
junto a outras
e mais outras,
que se atraem
e fazem uma festa
de ouro encardido de pó,
não sabendo que vivem um pesadelo
dentro do próprio sorriso.
Vã guerra de ócio
que meu mundo penetrou:
atrás vêm minha ombreira
e na frente todos,
igual a mim,
trazem a vida toda que errei!
- Autor: Jose Kappel ( Offline)
- Publicado: 10 de setembro de 2023 07:05
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 3
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