Obreiros do Sonho

Jose Kappel

 

                         

Tenho ombreiras de ouro,

são devedoras de algum

mestre esquecido

do tempo, que as largou

próximo

as minhas coisas de

bem querer, e passou.

 

Fui bem de cavalariço,

em almofadas de ouro,

trotando mundo afora,

igual a um rei lavadiço;

no fundo, igual a um espinho,

que sempre não

vai embora.

 

Fui crer que não

passava de um sonho

e, agora, todos me aprontam!

 

Fui crer que o tempo

é escorregadio, tenaz,

e chefia a guerra da surpresa.

 

Ontem eu conquistava

terras,

e pela idade, agora,

a terra me espera.

 

Tudo um sonho

de pouco assanho!

 

Um sonho de reis

e rainhas.

 

E pobres delas,

vivem suas solidões,

junto a outras

e mais outras,

que se atraem

e fazem uma festa

de ouro encardido de pó,

não sabendo que vivem um pesadelo

dentro do próprio sorriso.

 

Vã guerra de ócio

que meu mundo penetrou:

atrás vêm minha ombreira

e na frente todos,

igual a mim,

trazem a vida toda que errei!

 

  • Autor: Jose Kappel (Offline Offline)
  • Publicado: 10 de setembro de 2023 07:05
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 3


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.