Soneto destituído

... poeta do cerrado ... Luciano Spagnol



Parece, ou eu me engano, que a solidão

De repente deixou o prazer no passado

O letrando, o cântico, agora desafinado

Se vai o sentimento cheio de sensação

 

Por que não há vão, que não vá ao chão

Da saudade, da dor do falto, tão pesado

Até de aflição pulsa o versar atordoado

Nem uma voz se ouve vinda do coração

 

Um usurpar da feição poética, advieste

Deixando a prosa triste, num desvario

E de lágrima tétrica a poesia se reveste

 

Nesta carência da alma, foi-se o gentio

Sentido, e sem que a emoção lhe reste

Assim, destituído de gesto, terno feitio

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

7 setembro, 2023, 6’57” – Araguari, MG

 

Protegido por Lei de Direitos Autorais (9.610/98)

Se copiar citar a autoria – © Luciano Spagnol – poeta do cerrado



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.