Carlos Lucena

A ROSA

A ROSA

Eu vivi pra ver
Sorriso apagar.
Eu senti tanta mão gelar.
Num espirro 
Num sopro
Eu vivi pra ver
A taça quebrar.
Invisível que é 
A flor perigosa
Fechando a boca
De quem queria beijar.
Eu vivi pra ver
O silêncio chorando 
Os sopros saindo dos corpos
E os corpos  gelando 
sem poder se abraçar.
Eu vi a dança de máquinas
Talhando o solo
Sem rito
Sem grito
Ao som do motor
Que parecia chorar.
A vivi pra ver
A flor venenosa 
Que não era a rosa de Hiroshima
Nem a rosa da rosa de em "Nome da Rosa"
Eu vivi pra ver
A rosa que não era rosa 
A rosa que nenhum jardim 
pode ter
Mas dela saiu outras rosas
Sem olor
Sem perfume
Tanto mais perigosas
Eu vivi pra ver essas rosas.!

  • Autor: Carlos (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de Setembro de 2023 22:39
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 6
  • Usuário favorito deste poema: Shmuel.

Comentários1

  • Shmuel

    Que belo poema, poeta Carlos Lucena! Falou da rosa com propriedade. Gostei demais das referências (Humberto Eco, Vinícius de Moraes...)

    Excelente dia!



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