É com o passar dos dias
que a gente vê que as coisas
estão ficando cada vez mais
iguais.
Muda pra cá, muda pra lá,
conforme e disformes,
traça a roela,
e as coisas rodopiam
pelo mesmo.
Impassível de se mudar.
Quer dizer, mudam as roupas,
os sonhos endiabrados,
o rosto das mulheres
de batom e homens vestidos
de carmim,
mas mudar, não mudam não.
O pensamento avança um pouco:
o que se falava ontem
não se entende hoje.
Mas sempre foi assim:
nossa Idade Média está cada
vez mais próspera de mortes
e guerras geniais
pelo poder.
Ganha quem corre mais,
quem é o mais bonito,
que de altura tem mais,
quem é diferente da gente.
Estes pensam que mudam,
mas quem muda é o passar
dos dias:
onde fica tudo igual às coisas
diferentes, mas que são iguais.
De rotina em rotina
a gente aprende que de tudo,
nada muda.
Há mil anos já era assim.
Amores iguais,
traições repetidas.
Daqui há uma centena de anos
eles vão pensar que estão
mudando, mas estão
fazendo do igual ao
ontem.
E toda gente que é, já
deixou de ser,
mas vão surgir outros,
iguais, com roupas
diferentes.
Nisso tudo, no tempo igual
O que me resta, é o pranto
e cantos frugais
de város anseios
que, pelo caminho, ficaram..
Tudo, é fruto da eternidade
E é pra lá que todo mundo vai.
Onde tudo vive em meras e
Rotineiras lembranças
Do ontem que não tem idade.
Como tudo é igual e diferente,
o agora, como antes, se torna parecido.
E, o amanhã, se torna alternativa
de um tempo , dentro
de outro.
- Autor: Jose Kappel ( Offline)
- Publicado: 29 de agosto de 2023 07:25
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 3
Comentários1
Preciso retrato desta contemporaneidade! Só Muda o calendário, os costumes vem com nova roupagem.
Abraços ao poeta!
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