Breno Pitol Trager

Certidão de Indigência

Há aqueles nascidos na manjedoura de palha
Aqueles alvos largados nos achados-perdidos
Há os que cada batimento no corpo não falha
Os que já são certidão de centenário querido

Quero falar, contudo, dos que já nascem ao óbito
Toda vida, simplesmente ao existir, será que vive
Conclama-se por curvas tortuosas, nada inócuo
Inocular são os olhos cegos ao abismo símile

O seu semelhante abstrai-te, ó berço suserano
Apedrejai o irmão vivido na condição indigente
Afaga-te a própria certidão, docemente humano

Demasiado verme, obrai quem pouco viver sente
Há os "necrombiões" vivos há os "filiórfãos", inglórios
Nascidos mortos, filiados tão só descontentes.

  • Autor: Breno Pitol Trager (Offline Offline)
  • Publicado: 28 de Agosto de 2023 08:43
  • Comentário do autor sobre o poema: Pesado.
  • Categoria: Sociopolítico
  • Visualizações: 0


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