Célio Azevedo

O Lugar Abandonado

Havia algo estranho no ar, algo sinistro e ameaçador. Os jovens, todos estudantes universitários, decidiram que era hora de enfrentar seus medos e descobrir a verdade sobre a clínica psiquiátrica abandonada em Santa Teresa, bairro histórico da cidade do Rio de Janeiro.

Eles chegaram ao lugar em uma noite escura e tempestuosa. A porta de entrada estava aberta, e eles entraram no prédio escuro e silencioso. As paredes estavam cobertas de mofo e pichações, e a mobília antiga estava empoeirada e quebrada. O ar era carregado com um odor desagradável, como se algo estivesse apodrecendo em algum lugar.

Eles começaram a explorar o prédio, passando por corredores sombrios e salas vazias. Mas, à medida que avançavam, começaram a sentir algo estranho. Um arrepio subiu pela espinha de cada um deles, e eles perceberam que não estavam sozinhos ali dentro.

De repente, as portas começaram a se fechar, e eles ouviram ruídos estranhos e vozes sussurrantes. A escuridão parecia estar cada vez mais densa, e eles se sentiram presos em uma prisão de sombras.

Foi então que eles viram as sombras movendo-se no canto da sala. Pareciam figuras humanas, mas sem rosto, sem corpos reais. Eles se aproximaram lentamente, e os jovens sentiram medo e uma sensação de que algo muito ruim estava prestes a acontecer.

De repente, uma figura emergiu das sombras, alta e escura como a noite. Era um homem, com os olhos brilhantes e a pele pálida como a neve. Ele se aproximou deles, e os jovens sentiram sua presença fria e malévola.

Então, ele começou a falar. Falou de seus antigos pacientes, que haviam sido deixados ali para apodrecer e morrer. Falou de seus próprios demônios interiores, que haviam consumido sua alma e transformando-o em um monstro.

Os jovens tentaram fugir, mas as portas estavam trancadas. Eles olharam para trás e viram que o homem havia desaparecido. Mas então, as sombras começaram a se mover novamente, e eles perceberam que estavam presos ali, para sempre.

À medida que as horas passavam, a situação ficava cada vez mais desesperadora. Eles estavam famintos, cansados e com medo. Tentaram desesperadamente encontrar uma maneira de escapar, mas todas as portas estavam trancadas e as janelas estavam presas com barras de ferro.

Foi então que eles descobriram algo que mudaria tudo. No porão do prédio, encontraram um diário antigo, que pertencia ao antigo diretor da clínica. Ali, estavam registrados os horrores que haviam ocorrido ali, há muitos anos atrás.

O diretor havia descrito em detalhes as experiências cruéis que havia infligido aos pacientes. Ele havia usado terapias de choque, lobotomias e outras práticas desumanas para tentar curar suas doenças mentais.

Mas, ao ler o diário, os jovens perceberam que havia algo mais sinistro acontecendo naquela clínica. O diretor parecia obcecado por uma entidade misteriosa que ele chamava de "o paciente zero". Ele escreveu que essa entidade era a chave para a cura de todas as doenças mentais e que ele faria qualquer coisa para encontrar e estudá-la.

Os jovens ficaram horrorizados ao ler sobre os experimentos cada vez mais perigosos que o diretor havia realizado para encontrar o "paciente zero". Eles perceberam que a entidade misteriosa ainda estava presente na clínica e que talvez fosse a fonte do mal que estava os perseguindo.

Enquanto isso, as sombras continuavam a se mover ao seu redor. Eles podiam sentir o ar ficando mais pesado e frio, como se algo estivesse se aproximando deles. Então, eles ouviram um som que fez seus corações congelarem de medo: a porta do porão se abrindo.

Eles sabiam que precisavam enfrentar a entidade misteriosa para terem alguma chance de escapar. Com o diário nas mãos, eles se prepararam para descer as escadas do porão. Mas, antes que pudessem tomar uma decisão, viram uma figura alta e escura emergindo das sombras.

Era o diretor da clínica, transformado em uma criatura demoníaca. Ele os atacou com ferocidade, mas os jovens conseguiram usar o diário para distraí-lo. Eles correram pelo prédio, tentando encontrar uma saída, enquanto a entidade misteriosa os perseguia.

Finalmente, eles encontraram uma porta de emergência e correram para a rua. A tempestade havia passado, e a lua brilhava no céu noturno. Eles olharam para trás e viram a clínica psiquiátrica, escura e ameaçadora contra o horizonte da cidade.

Eles nunca mais voltaram lá novamente. Mas, durante anos depois, sentiam a presença sombria e maligna daquela entidade misteriosa assombrando seus sonhos. Eles nunca mais foram os mesmos depois daquela noite, assombrados pelo terror que haviam encontrado naquele lugar abandonado.

  • Autor: Célio Azevedo (Offline Offline)
  • Publicado: 8 de Agosto de 2023 00:02
  • Categoria: Conto
  • Visualizações: 3


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