SÉQUITOS E EXÉRCITOS
Eu sou a mão que bate no peito
Eu sou a dor do que não foi feito
Eu sou a dor do que foi desfeito.
Eu sou de longe
e venho peregrino
Sou sem manhã
Sou noite sem destino!
Reguei as flores
todas destruídas
Plantei sementes
todas já sem vidas!
Eu venho de longe
Já faz muito tempo
Mas os fuzis ainda permanecem
Não mais com fogo
Nem com chibatas prontas
Mas com o veneno
Que ninguém merece
Deixando as almas
Atordoadas e tontas.
Hoje tem rosas,
ramalhetes e flores
Mas seu perfume
não esconde as dores!
Já não há fileiras
e nem há séquitos
Nem há canhões
frente aos exércitos.
Mudou-se os rostos
Há novas meninas
Mesmo tão belas
Mesmo tão divinas
Mas as gravatas
Presas nos pescoços
Amarram o osso
de velhas oficinas.
Mudou-se o curso
Desviou percurso
Os fuzis já não são banais
Há tantas coisas
que não se vê mais
Mas tantas outras
continuam iguais!
- Autor: Carlos (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 6 de agosto de 2023 23:27
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 3
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