Apanhador

... poeta do cerrado ... Luciano Spagnol



Uso os versos para compor o meu vazio

A poética tem a pulsação no aconchego

Gosto do tinido tão cheio de desapego

Do silêncio, assim, os momentos, recrio

 

Compreendo bem o sotaque do cerrado

O balé do vento entre as folhas, aprecio

Tenho em mim o cheiro do mato, de rio

E, n’alma um ser do sertão, apaixonado

 

Trago abundância, a ilusão, sou afetivo

O meu abraço é maior que um legado

Sou apanhador com visível significado

De um olhar, do toque, daquele motivo

 

Queria que a safra fosse de arrepios

Que cada formato, o poema narrativo

De amor, assim, sendo, o latejo vivo

Arfando, sobretudo, os meus vazios

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

06/08/2023, 19’32” – Araguari, MG

*paráfrase Manoel de Barros

 

Protegido por Lei de Direitos Autorais (9.610/98)

Se copiar citar a autoria – © Luciano Spagnol – poeta do cerrado



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.