ALMAS MUTILADAS

Sim! Como são estranhos 
os olhos  em seus globos costurados
E bocas velhas coladas 
em seus cantos.
Como fica sem graça
Faces velhas 
Renovadas em seus espantos.
Como perde a cor 
Os cabelos brancos tingidos 
Nas cabeças já quase carecas
Das bonecas
Presas em seus vestidos!
Como são engraçadas
As corcundas 
de peitos salientes
Que já não sabem mais
nem para servem os dentes.
Como são tesudas
As velhas meninas
Todas tão desnudas
Mas nem lembram mais 
de suas vaginas.
Bochechas tão redondas
Alma profanada
Curvas hediondas
Arrancando a carne
De seu osso retirada!