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Senhoras, senhores estou aqui
Pedindo atenção só por caridade
Não por mim mas por esses guris
Abandonados e mortos pela nossa cidade
Tanto descaso, blá-blá-blá, enrolação
Mas quem aparece para dar solução?!
O tempo não para mas nada mudou
E desde então quanto sangue jorrou
Anjos dormiam sem que nada faziam
Sem que o pior pudessem imaginar
Anjos da morte a seus encontros seguiam
Estando há tempos a lhes espreitar
Mais de oito corpos lá naquela calçada
Numa casa sem tento onde não tinham nada
Nenhuma assistência, zero atenção
Na rua dos bobos que é feito o povão!
'Eu vi o menino correndo...
Ouvi seus gritos
Estive no fundo de cada vontade encoberta
Aquele que conhece o jogo
Do fogo das coisas que são
É o sol
É a estrada
É o tempo
É o pé
E é o chão'
O tempo não para e o problema cresceu
Se multiplicou e no país se expandiu
Tanta chacina... a barbárie se deu!
De menor ou maior pelo nosso Brasil
Capitães de areia, cimento e papelão
É o sol, é a estrada, é com seus pés no chão!
Olha aí, olha aí, ai os nossos guris!
'Brincando de pique' com a polícia e os civis!
Na candelária, Vigário, o horror sob os céus
Dizei-me Senhor, se é loucura... ou verdade?!
São as mazelas de um país tão cruel
Nos perdoe Senhor tamanha barbaridade!
Tanto abandono, sem carinho ou amor
Me perdoem suas vítimas, que eles são também...
O tempo não para mas nada mudou
Cem anos de impunidade sem perdão. Amém!
'Eu vi o menino correndo...
Ouvi seus gritos
Estive no fundo de cada vontade encoberta
Aquele que conhece o jogo
Do fogo das coisas que são
É o sol
É a estrada
É o tempo
É o pé
E é o chão'
'Chorus'
MAIS DE MIM EM:
https://gustavoreymond.blogspot.com/
- Autor: DAN GUSTAVO ( Offline)
- Publicado: 23 de julho de 2023 14:46
- Comentário do autor sobre o poema: Esse rap teria como base a batida sampleada da música 'Friends' do Whodini misturada com elementos da música 'Força Estranha' com a Gal Costa que também tem sua voz sampleada nos refrães. Samples ou 'colagens' de falas de reportagens sobre o caso também surgiriam durante o 'chorus'.
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 10
- Usuários favoritos deste poema: Lia Graccho Dutra
Comentários4
Uma verdade sangrenta e vai se tornando corriqueira assim como matar o povão das favelas,ou os guris inocentes nS escolas. Sinal dos tempos e da nossa indolência em nos indignar, gritar por eles seria mais digno e melhoraria nosso sonho noturno. Mas,só gastamos palavras. Ação nenhuma. Dói essa verdade!
É mesmo, Dorta...! Ontem esse massacre hediondo completou exatos 30 anos... e no próximo mês outra barbárie que foi a de Vigário Geral também... somando numa verdadeira carnificina que desde então não parou mais! Mas basta! Obrigadão, minha irmã em letras! Um bom dia e ótima semana apesar de tudo!
Boa noite,
Dan Gustavo:
Lembro bem
dessa chacina.
Episódio
muito
triste
que virou
em pizza.
Já escrevi
uma poesia
sobre
as crianças
de rua
“ Borracha
Mágica”.
Infelizmente,
Pouca gente
se importa
com eles,
São invisíveis,
excluídos
da sociedade.
Valeu o post,
amigo poeta,
irmão
em letras.
Carinhoso abraço,
Lia
Lia Irmã em letras... obrigadão por mais essa participação! Essa foi mais uma de tantas barbáries às quais não devemos nos habituar apesar da frequência de casos! Basta de tanta brutalidade! O mundo precisa de paz e mais poesia! Salve as crianças! Legal saber que você também já escreveu a respeito... mais e mais vozes têm que gritar mesmo! Obrigadão, linda e uma ótima semana!
Parabéns pela sua bela lembrança e homenagem! Boa noite de domingo! Um abraço.
Obrigadão Doni! Um bom dia e linda semana e salve as crianças!
Caro poeta Dan,
Muito bom o seu recado, e a inserção de Gal o deixou sensacional: parabéns!
Um abraço!
Valeu Antonio meu mano em letras...! Esse foi o jeito de eu relembrar ou não deixa que se esqueçam de algo tão lamentável e terrivelmente marcante em nossa história! Se fosse cantado, talvez usaria o tom que Caetano usou para cantar a música 'Haiti' que também soa como um 'rap'! Mais uma vez obrigado, uma boa tarde e uma ótima semana!
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