NO
DOMO
Chico Lino
Ainda no paraíso
Deus nos privou
Do fruto da árvore
Da sabedoria
A cicuta
Priva Sócrates da vida
Por ensinar que não sabia
O que sabia
Vivemos privados
Favelas são
Elegias à privação
De direitos
Condomínios
Cercas elétricas
Carros blindados
Privam os sentidos
De senso e justiça
O carcereiro
Também
É preso da masmorra
No cantar do Martelo das Bruxas
Dançaram
Joana (s) D'Arc (s)
Giordano (s) Bruno (s)
Galileu Galilei
Não sambou
"Eppur si muove"
Vivemos prisioneiros
De uma sórdida
Dicotomia
Isto ou aquilo
Bem ou mal
Deus ou diabo
Certo ou errado
Como se valsássemos
Pensamentos e ações
Em "dois pra lá, dois pra cá"
Sem reconhecer as infinitas
Possibilidades do jazz
Cai muitas vezes
Aprendi a pular e pegar
O bonde andando
Bambus gingam
À passagem do vento
Empiricamente
Criamos o mundo
À nossa imagem
E semelhança
Ainda no paraíso
Deus nos privou
Do fruto da árvore
Da sabedoria
- Autor: Chico Lino (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 26 de junho de 2020 00:06
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 30
Comentários4
Excelente texto, amigo poeta!
"Como se valsássemos
Pensamentos e ações
Em "dois pra lá, dois pra cá"
Sem reconhecer as infinitas
Possibilidades do jazz"
Somos tanto e tantas coisas! Essas dicotomias nunca nos definirão... Grande abraço
Obrigado, Crica Marques, forte abraço...
Chico, difícil ler e não comentar um poema assim... Você traz a crítica com conotação social de forma por vezes diretas outras como se fossem charadas, que pedem nova leitura. Você usa de uma ironia fina que admiro muito.
Muito bom!
Abraço
Versos fortes poeta! infelimente, vivemos entre esses paradoxos!
abraços!
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