Anaaf

Para quem eu escrevo?

Queria ganhar uma flor, mais especificamente uma amarela

Comprei um lindo vaso oval com um punhado de terra

Perto da janela ficaria, seria companhia

Deixaria minha parede branca quase como um quadro melodramático com um pontinho de vida

Tudo tão minimalista, que chegava a cansar a vista!

Me dei de presente em uma terça, dia de feira, uma linda “amarelinha”.

Dias se passaram e reparei na sua tristeza, já estava chocha, e a única coisa com cores vivas que a restavam, era apenas seu vaso envernizado.

Que pena, era tão bonitinha, culpa da janela e da parede da vizinha

Nem um pingo de luz entrava, minha janela vivia embaçada e a contínua visão de prédios e mais prédios enfileirados, me davam a impressão de mundo fechado.

Viam visitas no sábado e aquela plantinha precisava voltar de pé, dei então uma “maquiada” e novinha em folha estava

Ninguém reparou..., passou despercebido, parece até que não existia nenhuma flor ali

Que a amarelinha parecia viver só em meus pensamentos, e que quando eu a via era apenas pelo espelho, dava a impressão de que meu próprio reflexo era a flor amarela

Inconsciente(mente) eu não a via.

  • Autor: Alfinetes para o coração (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 18 de Julho de 2023 21:30
  • Comentário do autor sobre o poema: Voltei? Talvez, quem sabe se a vontade de escrever me passe novamente
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 4

Comentários1

  • Antonio Luiz

    Que lindos esses versos: parabéns!

    • Anaaf

      Obrigada (:



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