Bridemos

Vamos fazer um brinde?

Vamos brindar a todas as putas!

Putas que vivem nas ruas, nos prostíbulos, nos becos.

Bridemos as mulheres sérias traídas por seus maridos!

Brindemos as crianças famélicas,

as crianças que se alimentam de comidas e eletrônicos!

As sentenças dos juízes e no medo de cada dia, bridemos!

Um brinde as festas dos ricos e a melancolia dos pobres.

Quero fazer um brinde contra os flagelos e a miséria,

aos Deuses, todos os deuses que inundam essa terra,

aos santos, todos esses santos e essas idolatrias...

As mãos dos artistas, dos poetas que se alimentam de poemas bridemos!

Um brinde aos nascimentos e abandonos de crianças!

Quero fazer um brinde as súplicas dos pobres e a caridade dos ricos!

Um brinde aos silêncios das noites escuras e frias, de qualquer noite,

aos campos ensolarados, inundando nossas vidas de belezas!

Bridemos a tudo que somos, nessas contradições, nessas ostentações,

aos ditadores, aos conservadores, aos egoístas, aos torturadores...

Bridemos sempre por todas as vidas, por todas as mortes, pela esperança,

pelos que lutam e fracassam ou aqueles que enriquecem e esquecem!

Bridemos, bridemos, brindemos!