Victor Severo

Sombra.

Eu não sei quem sou ao certo.

Decerto não sei quem sou.

Pronome do caso reto.

Que antes de ir regressou.

 

Sem rumo sigo calado.

Me escondo da luz do dia.

Sou verbo não conjugado.

Que dispensa companhia.

 

Rimo a rima da tristeza.

Verso o verso do vazio.

Que destila impureza.

Lamparina sem pavio.

 

Desafiando a verdade.

Convencido da mentira.

Propagando com alarde.

Minha venenosa ira.

 

É, não sei quem sou ao certo.

E não sei de onde venho.

Se vim de longe ou de perto.

Eu só sei que nada tenho.

 

Então se não tenho nada.

Nada posso lhe ofertar.

Minha alma enlutada.

Só espera a morte chegar.

 

Sou sangue que se derrama.

Choro que nunca tem fim.

Que apodrecem feito lama.

Que trago dentro de mim.

  • Autor: Victor Severo (Offline Offline)
  • Publicado: 11 de Julho de 2023 10:22
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 6
  • Usuário favorito deste poema: Drica.

Comentários1

  • Drica

    Adorei! Tão trevoso! ROCK!!!!!!!!!!

    • Victor Severo

      Valeu cara Drica.

      Tudo de bom para ti.



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