já usei miçangas em volta do pescoço
agora, tenho ali apenas rugas e contas
e estas me sufocam: são todas de pagar
e trabalho duro pra manter tudo em dia
e dou prejuízo até se eu parar pra cagar
entre tantos “es”, desacreditei da loteria
e teria que nascer outras e várias vezes
e apostar sempre, a cada novo concurso
probabilidade usurpou minha esperança
e apostar é coisa que eu já nem lembro
a lembrança é povoada só dos relógios
que trazem as horas que me perseguem
eu queria mais tempo pra perder tempo
o tempo repleto de tempo duma infância
o da eternidade entre um e o outro Natal
aquele da infinita espera de aniversários
que hoje se acumulam, decrescivamente
queria mais tempo pra coisas da inocência
pra disputar trava-língua com grilos gagos
e pra colecionar aranhas mancas, de novo
queria mais tempo pra lidar com a poesia
tempo que é de ensacar manhãs de céu azul
pra dar outra cor às tardes que se acinzentam
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 9/7/23 --
- Autor: Antonio Luiz ( Offline)
- Publicado: 9 de julho de 2023 13:11
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 9
- Usuários favoritos deste poema: Lia Graccho Dutra
Comentários2
Boa noite,
poeta Antonio Luiz:
Bem “ diferentão”
o seu poema.
Mas, achei bacana,
tem toque agridoce.
Boa noite!
Excelente semana,
cheia de energia boa!
Carinhoso abraço,
Lia
Bom dia, poeta cara Lia!
Grato pela leitura, pelos comentários e por favoritar meu poema "diferentão"!
Abraço e boa semana!
Poeta Antonio Luiz:
Nas tardes gris…
Vamos fazer bolinhos
fritos para tomar
com um cafezinho
passado na hora.
Ah, não pode faltar
um bom rock!
Bolinhos de chuva são sempre uma boa pedida!
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