O aprendiz

D'alma


Aviso de ausência de O aprendiz
NO
 
Rasga esses versos que eu te fiz, amor!
Deita-os ao nada, ao pó, ao esquecimento,
Que a cinza os cubra, que os arraste o vento,
Que a tempestade os leve aonde for!
 
Rasga-os na mente, se os souberes de cor,
Que volte ao nada o nada de um momento!
Julguei-me grande pelo sentimento,
E pelo orgulho ainda sou maior!...
 
Tanto verso já disse o que eu sonhei!
Tantos penaram já o que eu penei!
Asas que passam, todo o mundo as sente...
 
Rasgas os meus versos... Pobre endoidecida!
Como se um grande amor cá nesta vida
Não fosse o mesmo amor de toda a gente!...
 
Florbela Espanca
Poetisa portuguesa
1894 - 1930
  • Autor: O Aprendiz (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 7 de Julho de 2023 09:27
  • Comentário do autor sobre o poema: Passo a homenagear os grande nomes da poesia, publicando aqui no site alguns de seus poemas. Inicio por Florbela Espanca, poetisa portuguesa do século passado cujos poemas valorizam a arte poética.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 4


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.