Jose Kappel

Sol Com Medo das Estrelas

 

 

Vim do próximo
e acabei distante.

 

Uma hora um, depois
outro, e chega a vez do próximo,
tudo numa reza só.

 

Nesta festa de vivos,
sou roupa de passar,
mas estou sempre voltando
pro mesmo corpo.

 

Desmedido tempo
de meu tempo,
de
minhas coisas
sem nomes,
sem rumo,
sem luz,
coroado apenas
de esperança,
de esperas,
mas feneço
quando me entregam
um passado
que não é meu.

 

Largo tempo,
e não perdôo,
todo se foi
vestido de garoto
de festa comum.

 

Largo tempo,
que já não tem sobras,
e delas não cobro;
mas se você olhar
pros lados
vai ver que minha
história é igual
a sino enferrujado 
cheio de estafa,
mas que um dia
foi amado.

 

Estamos sempre perdendo
pro tempo,
este, augusto, aproveita
pra levar todos,de um pouco
de nós, que estão na enfermaria dos escombros.

 

Somos roupas de passar,
brevidade das horas,
suave amanhecer desconhecido,
onde cotovias anunciam
uma nova vida. mas
que já vai ser abatida no primeiro vôo

 

E meu
medo já é conhecido e ardente.

 

E, dizem,lá onde moram:
o sol tem receio de estrelas
muito puras e candentes,
pois, dizem lá,
nosso sol é só um,
e as estrelas são milhares
e ardentes.

Mas tropeçamos no ambivalente - um depende do outro.

  • Autor: Jose Kappel (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de Julho de 2023 09:23
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 5

Comentários1

  • Madaya Silva

    Linda poesia!!!
    Parabéns



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