"(...)À ave que na minha alma cravava os olhos fatais,
Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando
No veludo onde a luz punha vagas sombras desiguais,
Naquele veludo onde ela, entre as sombras desiguais,
Reclinar-se-á nunca mais!(...)"

 

(O corvo)

Edgar Allan Poe (por Fernando Pessoa)

 

 

 

 

...

 

A própria haste que demanda essa curva
É. A única forma conclusiva de vã opção
Pois. Se a causa não se manifesta pela fuga,
Ainda tenta ser o princípio dessa devoção

Um cortinado de controle irreal por vontade
Em fome de todos os pecados latentes
Com inserção amena de um mero detalhe,
A presença que registra o meu hábito e frente

Toda a minha consulta e toda a minha versão
Propósito adulterado, exilado de convulsão
Eis-me.. aos espelhos letrados, arbítrio de te servir

Impuro, ao expurgo da prata afixada de mim
Qual exemplo daquilo que me povoa, assim
Meu exílio de contar os seus passos de ir