Pela porta do tempo
tudo corre solto
uns pedem para entrar
outros se vão sem saber.
O dono levou-a embora
de charrete e de meia-idade,
foi ajudado a viver
pelo mordono de bons dotes.
Hoje se quiserem lá me encontrar,
tragam bastante vela
e um pouco de vinho forte.
Lá estou eu,
igual à meia-noite
procurando a vida
que se foi de charrete.
Mas estou lá,
igual a um rei de horas curtas.
Digo que espero e espero.
Pois desta vez me fizeram um rei,
sem dueto e princesas,
Mas espero a outra vida me chamar
e dizer:
- Aquela sombra,
vai lá!
Mata o sonho e
acorda quem te fez noite.
Não morre mais sem bandeira,
sem troco e sem vintém.
Acorda agora e vai
para outros cem anos
de nova vida.
E diga: Manuela,
para o roçado!
Chegou seu dono,
mil e duzentos
anos e anos,
muito depois!
Acorda,
Chegou o malaquês
perguntando por Manuela!
- Autor: Jose Kappel ( Offline)
- Publicado: 7 de junho de 2023 08:32
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5
- Usuários favoritos deste poema: DAN GUSTAVO
Comentários2
Excelente, caro poeta! Parabéns!
Lindo! Resgatando Manuela!
Adorei!
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