Jose Kappel

O Malaquês e Manuela

 

Pela porta do tempo

tudo corre solto

uns pedem para entrar

outros se vão sem saber.

 

O dono levou-a embora

de charrete e de meia-idade,

foi ajudado a viver

pelo mordono de bons dotes.

 

Hoje se quiserem lá me encontrar,

tragam bastante vela

e um pouco de vinho forte.

 

Lá estou eu,

igual à meia-noite

procurando a vida

que se foi de charrete.

 

Mas estou lá,

igual a um rei de horas curtas.

 

Digo que espero e espero.

 

Pois desta vez me fizeram um rei,

sem dueto e princesas,

Mas espero a outra vida me chamar

e dizer:

- Aquela sombra,

vai lá!

Mata o sonho e

acorda quem te fez noite.

 

Não morre mais sem bandeira,

sem troco e sem vintém.

 

Acorda agora e vai

para outros cem anos

de nova vida.

 

E diga: Manuela,

para o roçado!

Chegou seu dono,

mil e duzentos

anos e anos,

muito depois!

 

Acorda,

Chegou o malaquês

perguntando por Manuela!

 

  • Autor: Jose Kappel (Offline Offline)
  • Publicado: 7 de Junho de 2023 08:32
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 5
  • Usuário favorito deste poema: DAN GUSTAVO.

Comentários2

  • Antonio Luiz

    Excelente, caro poeta! Parabéns!

  • Shmuel

    Lindo! Resgatando Manuela!

    Adorei!



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