Fraco, sobejo o vôo,
auguro a aurora
em partes de agonia,
onde não brotam águas.
Minha caixa é de brinquedo,
minha voz é de criança,
meu pai é de longe,
minha mãe, vem da terra
batida, mas querida.
Venho de longe igual a uma
caixa mágica,
que me leva
ao fim do mundo,
onde o sol não nasce
mas flores dançam ao sol.
Este sou eu, dos riachos,
constante da natureza,
com água pedreiro de paredes,
e com musgos de
flores no coração.
Valia minha bruteza quando
era forte;
hoje, esquálido
e esquecido,
refaço meu coração de pedras
e calço a ansiedade e o medo
com tragos de solidão.
E neste riacho
vou morrer;
neste riacho vou partir;
sem dar adeus.
O riacho tem vida
Que abranda
A minha !
Todos se foram
e minha luz interior
se esvai, lasciva mas
perene.
Vou, então, pra onde?
Pro canto do mundo?
Ou pros escondidos
das águas?
Se vou, choro,
Se fico, sou porta
de cachoeiras
incansáveis.
Ah bela!
Se desfilo,
vou sem passo.
E se amo, caminho
pelo riacho de criança,
cujas águas eternas
alisam meus pés
e ainda me protegem
dos revés que
me aportam !
Hoje vivo nele,
abrando folhas
esparsas que nele
nadam.
Somos dois
amigos.
Somos a procura
da vida.
Ou já somos
achados
da vida.
- Autor: Jose Kappel ( Offline)
- Publicado: 5 de junho de 2023 12:57
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 4
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.