Eu que venho vindo com meu destino,

encontro-me destoante, desconexo, entre brumas.

O silêncio atravessa minhas saudades, minhas lembranças,

cruzando-me com essa percepção da vida que finda.

 

Difícil mesmo é expressar-me, é amar, encontrar, refletir.

Nessas caminhadas pela vida, tive perdas e danos,

amores e desamores. Vivi entre erros e acertos,

entre medos e desejos, entre sol e chuvas, tantas tormentas...

 

Agora esses rochedos intransponíveis,

essas ervas nos meus campos, essa paisagem obtusa.

Alago-me com esses momentos de reflexões,

com essa sinuosa estrada de silêncios e saudades.

 

Concebo dias felizes agora, já que não tenho o passado.

Sigo meu destino com minhas sombras e percalços.

Meus pensamentos me aprisionam, muitas vezes, no que fui.

Afinal, vivo minha vida, minhas sensações e meus sonhos.