Binho (Luiz Herbet Cezario)

Copo d'água

Me chame de Ishmael, o que dá ouvidos
Aquele que deixou a vida perder o combustível
E que ouviu alguém dizer:
É preciso ser impostor nas terras do viver

Olhe para eles e veja a indubitável busca
Você também quer viver subindo escadas?
Como se a vida fosse um simples copo d’água
Um dia ela acaba
Mas não hoje,  não ontem, talvez amanhã
Mas o amanhã não te pertence

Você Ishmael, quer viver de amanhã?
O que você precisa para reerguer aquelas montanhas?
Onde você deixou a faisca que formigavam os teus pés?

Viver é um mistério
Não viva do vapor barato dos carros
Seu caminho é o mar
Seu caminho é desbravar aquelas águas
E ressignificar cada mergulho
Até que um dia de tanto mergulhar
Você esqueça de voltar



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