Mesa dos Esquecidos

Jose Kappel

 

Vôo, mas não é meu plano,
corro os cerrados, avisto montanhas.
Depressa me defendo:
faço o vôo razante.

 

E faço por ela
e ela não diz por mim,
se meço sua distância
vejo pouco:
nado em alturas.

 

Sintonias de saudade:
não posso chegar lá,
e nem ao menos
conquistar algum pedaço
da terra povoada por ela,
ou a meia-parte do cerrado:
lascivo canto onde dorme sonolenta!

 

De tudo ela levou
De bravo: só um ficou !

 

A metade de seu rosto
deixou de ser espelho
de duas faces - guarnição
moderna dos sozinhos .

 

E no sereno do mar galeu,
atiçam ondas sem nome
lá na praia onde só abortam
os sinais dos idos.

 

E tudo se apruma
sem o apoio de cedros do
passados.

 

E me fere,
e me augusta:
o pêndulo e o galope!

 

Se você segue,
não sigo mais.


Perdi e não tenho
ganho.

E se algum dia
me perguntarem
por tal flor,
digo eu lá:
veste a mais bela
mesa de vesta, e
se transforma em
purpurina, na mesa dos esquecidos !

  • Autor: Jose Kappel (Offline Offline)
  • Publicado: 22 de maio de 2023 06:40
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 5


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