Sou aquele de um planeta certo, que veio por muitos erros;
Eu sou aquele que armou a loja, mas sem mercadoria;
Montou o restaurante, mas não lhe abriu as portas;
O dono da adega e sendo seu único freguês;
O dono do conhecimento que se fez inútil;
O dono que demarcou a mina, e nunca soube explorá-la;
O recém-formado dentista que após montar o consultório, abdicou a profissão;
Sou o que vivia e nunca sabia da vida;
Mortal, sem se conscientizar de finitude;
Jovem, sem pressentir a velhice;
Solitário, mas cercado de amigos;
Triste, mas contente consigo
mesmo;
Sou o que ao morrer faz-se sem esperança;
Que amou muito e terminou carente;
Que soube o que seria gratidão;
Evitando ser pobre sem se importar com riqueza;
Via tudo simples quando na verdade tudo era complicado;
Via mulheres como objeto, mas terminou objeto delas;
Sempre teve medo da morte, sem evitá-la;
Bêbado para sentir a fundo a vida, mas fugindo dela;
Conheceu a tristeza em desprezo à alegria;
Achou tudo banal com as coisas mais sérias;
Um plano fracassado era mais um infortúnio;
Uma desfeita moral, merecida talvez o fosse;
Desligado, sofria sem ser psicótico;
Afinal, cético veio a encontrar paz de espírito, em Deus.
- Autor: Maximiliano Skol (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 11 de maio de 2023 16:41
- Categoria: Espiritual
- Visualizações: 27
Comentários1
MAS QUE TAL, POETA...
Poema dos paradoxos. Gostei, um enormidade, tchê.
O registo final é o que mais importa.
João 14:27... "minha paz vos dou ...
Tranquilidade, confiança, despreocupação, serenidade ... valem mais que riquezas materiais.
BAITA ABRAÇO. SHALOM
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