QUINTAL ABERTO

Construí minha casa com janelas escancaradas
Coberta de flores e árvores no quintal
Frutíferas com folhas verdejantes
Onde todos os meus sonhos voam pelos ares
A buscar todos os meus desejos mais distantes

Não se faz necessário que tenham cortinas
Apenas quero que por entre minhas janelas
Seja recebida pelos ventos
E brilhe como o sol
Um quintal aberto num céu azul
Estrelado feito aurora boreal

Um quintal de poesias
De festa, de lua, de luz e estrelas
Onde não há mais plantação de tristezas
Que outrora só plantei melancolia
E num instante de luz
Colho hoje o alívio de todo o sofrimento
De corpo e alma me curando profundamente por dentro

Hoje totalmente aberto colho o amor que sem merecer te ofereci:
Que reguei em tua boca
Em teu corpo brejeiro
Em teus olhos úmidos
Que entreguei em suas mãos
Em tão bendita ternura

 
Bendito hoje esse quintal aberto
Que com todo o sofrimento que me deste
Só me fez regar e recomeçar
Me livrar de suas sombras
Dos seus medos
De não querer mais conhecer
Os teus mistérios e segredos

Hoje quero plantar em meus quintais:
Um amor sem espera
Um beijo comprometido
Um amor que me agarre pelas pernas
Que me faz ficar sempre
Que me deixe ser em tua boca
Que consinta ficar na tua cama
Que me dê prazer
Que umedeça as minha coxas
Num gozo infinito dentro do olhar

Um Amor que possa entrar
Regar, florir, frutificar, florescer ...
Acender o infinito
Coração por inteiro
Um quintal aberto e profundo
Superfície e fundo!

Vlad Paganini

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