Rafael Marinho

Suas manchas são suas cores


Aviso de ausência de Rafael Marinho
NO


Querido amigo,

Sou diferente
Só não tô contente
De ter que sempre
Enfrentar o mundão

Pois sou sozinho
Na dor e na alegria
Maior que a forminha
Que faz o pão

Se eu tô do avesso
Como é que eu mereço
Ganhar o endereço
Da paz de coração? 

Quando me olho
Há delírio
Colírio
Martírio
Sem me encontrar

Quando me olho
Eu choro
Imploro
Por cloro
Sou uma mancha

Eu sou autista
Um bravo trapezista
Que sempre oscila
Entre o céu e o chão

Mas no fundo
Sou um artista
Que pinta com tintas
Que brotam do coração

Só não liga
A salada aqui é mista
Sou mesmo outra vida
Fora do padrão

Quando me olho
Há delírio
Colírio
Martírio
Sem me encontrar

Quando me olho
Eu choro
Imploro
Por cloro
Sou uma mancha

Mas as manchas
É que dão o colorido
Faz tudo ser bonito
Já é parte do tecido
Que eu sou

____

por Rafael Marinho & Júlio Teixeira

  • Autor: Rafael Marinho (Offline Offline)
  • Publicado: 12 de Abril de 2023 15:28
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 7

Comentários2

  • LEIDE FREITAS

    Lindo poema! Parabéns!
    Boa tarde!

  • LF Text

    Achei muito bom seu poema, no refrão de se olhar e ver um "martírio", "colírio" e "delírio" representam uma confusão, como se você estivesse a parte da sociedade e daquele meio. Um belo poema, meus parabéns!

    • Rafael Marinho

      Muito obrigado por ler e pelo comentário. Sim, colírio, de as vezes se ver bem e com orgulho. E martírio de se ver mal e como alguém que se causa dificuldades. Uma confusão mesmo kkkk. Valeu, Lucas!



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