Nasci menino de nascença
e a vida me fez masculinista
Tenho pelos nos sovacos
tomo cervejas em gargalos
falo palavrões feito quem fala palavrez
e arroto bafos com cheiros de cigarros
De minha mãe usei sutiãs escondido
até já cai de seus sapatos altos
e o anjo que por dentro trago
usa batom vermelho e maquiagens
por detrás das máscaras e dos disfarces
Na cama sou heterossexual
e no chão do mundo sou pluriafetivo
não me importo com as divergências
só não gosto das desavenças
e de diferenças bem entendo
pois entre elas sou o mais desigual
Não sou sexista nem racista
e de gênero prefiro filmes de drama
suspenses, cults e tramas de tribunal
Amo mais o distante do que o próximo
que comigo pensa semelhante
só não amo quem se acha superior
acima do amor da cristandade
e sem nenhuma ou qualquer alteridade
Herdei dos meus pais o respeito
a igualdade e o gosto pela reciprocidade
e do meu parentesco com a humanidade
tenho aqui e acolá alguma verdadeira amizade
Minha virilidade é feminina
que não afeta minha masculinidade
e se hoje sou letrado, culto e intelectual
foi porque os livros me chegaram
logo que saí de lá do berçário
aprendendo a ler depressa e cedo demais
Sou masculinista a me olhar em espelhos
e me vejo refletido ao contrário
e tenho mais empatia e sensibilidade
do que músculos, barba e cabelos
Tenho pelos nos sovacos
tomo cervejas em gargalos
falo palavrões feito quem fala palavrez
e arroto bafos com cheiros de cigarros
- Autor: joaquim cesario de mello ( Offline)
- Publicado: 4 de abril de 2023 07:46
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 28
- Usuários favoritos deste poema: Shmuel
Comentários1
Perfeito.. me representa!.
Abraços!
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