Carta de Obito.

Poeta da lua

Minha criança,
Desde teu nascimento, tenho lhe observado crescer,
Acompanhei seus planos e sua forma de viver.
Ouvi suas angustias e seu medo de assim ser.
Fui tua companhia quando chorava e ninguém podia ver.
Ouvi cada palavra quando já não tinha nada a dizer.
eu percebi teus anseios,
acompanhei cada paixão,
e em meio ao meu seio,
Pude ver sua tensão
Eu a protegi de ti,
pois a ti desejava mais,
Mas tão desesperada,
minha criança já não se via em paz.
 
Tu pediu para q eu lhe levasse comigo,
para q do meu infinito tu pudestes banhar.
E mesmo que lhe  custasse a vida queria me acompanhar.
e quando a tristeza veio, enfim a lhe roubar a razão.
você me perseguiu apelidando-me de solução..
Minha criança me chamou em meio ao pranto,
Mas não me encontrou, não estava pronto.
Minha doce criança rogo a ti,
pare de me ligar ao teu pulso,
pare de descer-me a goles por tua garganta,
Pare de me puxar a beira de uma dança,
minha criança para que tanto espanto?
eu realmente não quero lhe encontrar.
pare nosso encontro para ti é fatal
não me obrigue a vê-la tão mau.
 
Oh, minha doce criança.
Minha esperança, é que você tenha compreensão.
Desejo a ti mais do que esta vil solidão.
Sabes tu que és capaz,
Minha criança corajosa!
então pare de desperdiçar minha ajuda generosa.
e eu lhe disse! diversas vezes.
"Minha criança,
Não se jogue, não me deixe alcança-la,
Não me persiga, não me chame",
não permita a mim esse papel.
Minha criança, o mundo não é tão cruel.
permita a mim a visão dos teu lindo sorrisos,
Abra seus olhos meu doce menino.
 
minha doce criança,
Minha pura, tão pura criança,
mau conhecestes as maravilhas do mundo,
Não compreendes ainda um terço do teu tudo...
obrigou-se a perseguir o normal.
quando sequer tinha q ser igual.
infelizmente com um abraço, eu selo o teu final,
Nosso ultimo encontro não devia ter sigo agora.
você ainda tinha mundo a fora,
Minha criança, eu estou aqui.
Partida ao meio por suas próprias incertezas,
 
agora está tudo bem,
pois aqui, não a dor, felicidade ou tristeza.
aqui não há fome, não há sede, não há brilho,
aqui só há a mim,
Aqui suas dores pertencem a mim,
Seguiremos juntos agora, minha pequena e frágil criança.
para você nosso primeiro e uníco encontro,
para mim, o final da nossa caminhada.
vamos agora, minha criança amada.
 
-Com amor sua mãe outrora mortificada.
  • Autor: _-Poeta da lua(lynn)-_ (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 25 de março de 2023 22:04
  • Comentário do autor sobre o poema: Depois de anos recuperei minha conta, e trago a vocês um pouco do pensamento de uma poeta apaixonada, desesperadamente preocupada com seu amado.
  • Categoria: Infantil
  • Visualizações: 11
Comentários +

Comentários1

  • Maria dorta

    O poema é magistral mas traz muitas sutilezas de um pretenso desenlace final. Deixa no ar um mistério...afinal a criança quer o desenlace final?! Fica o suspense e a cada leitor cabe uma interpretação. Aplausos. Bem vinda de volta.



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